sexta-feira, 19 de abril de 2013

TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO

O tecido conjuntivo propriamente dito, nos vertebrados, espalha-se por todo o organismo, com exceção do sistema nervoso central. Inserido neste tecido, temos os vasos e os nervos. Este tecido entra na estrutura íntima dos órgãos (colaborando harmonicamente para o desempenho de suas funções) e, na maioria das vezes, separa um órgão do outro, quer envolvendo-o e delimitando-o, que por intermédio de uma estrutura mais flácida de preenchimento.
 Funções


ü  Associação entre as várias partes do organismo;

ü  Sustentação do mesmo, preenchendo os espaços corpóreos e o "acolchoamento” de vasos, nervos e capilares;


ü  Troca de metabólitos e oxigênio entre o sangue e as demais células do organismo, o que evidencia uma função auxiliar fundamental na nutrição;


ü  Defesa do organismo pela quantidade de substância intersticial e a natureza especial de algumas de suas células que oferecem condições especiais contra micro-organismos invasores que podem ser detidos antes de se disseminarem pelo organismo;


ü  Por intermédio do tecido adiposo armazena gordura, retém vários íons da substância intersticial e armazena substâncias de energia.


       Classificação

ü              Frouxo
ü              Denso modelado ou tendinoso
ü              Denso não modelado ou fibroso


   Tecido conjuntivo frouxo


O tecido conjuntivo propriamente dito frouxo se caracteriza por possuir:

ü  Muitas células residentes e transientes de diversos tipos, predominando os fibroblastos.


ü  Pouca matriz extracelular, representada principalmente por fibras colágenas delgadas e matriz extracelular fundamental (não-fibrilar).


Patologias: Lúpus eritematoso sistêmico



O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença auto-imune com episódios de inflamação nas articulações, tendões e outros tecidos conjuntivos e órgãos.
Verifica-se uma inflamação de diversos tecidos e órgãos numa diversidade de pessoas, indo o grau da doença de ligeiro a debilitante, dependendo da quantidade e da variedade de anticorpos que aparecem e dos órgãos interessados. Cerca de 90 % das pessoas com lúpus são mulheres dos 20 aos 30 anos; mas também pode aparecer em crianças (sobretudo de sexo feminino), homens e mulheres de idade avançada.
Alguns medicamentos para o coração (hidralazina, procainamida e betabloqueantes) podem causar, por vezes, uma síndrome semelhante ao lúpus que desaparece quando se interrompe o tratamento. 

Sintomas
O número e a variedade de anticorpos que se podem apresentar no lúpus são maiores que em qualquer outra doença e, juntamente com outros factores desconhecidos, determinam quais são os sintomas que se desenvolvem. Portanto, os sintomas, assim como a sua intensidade e gravidade, variam muito em cada caso. O lúpus pode ser bastante ligeiro, ou ser devastador, incapacitante ou mortal. Por exemplo, em pessoas que têm anticorpos que afectam apenas a pele, os sintomas cutâneos podem ser leves (inclusive podem ser prevenidos evitando-se a luz solar) ou, pelo contrário, graves e desfigurantes.
Devido à grande variedade de sintomas que apresenta, o lúpus pode parecer-se com muitas outras doenças.
Por exemplo, no lúpus é habitualmente afetado o tecido conjuntivo das articulações, e a artrite daí resultante pode parecer-se com a artrite reumatóide. Quando afeta o cérebro, o lúpus pode ter manifestações semelhantes a uma epilepsia ou a qualquer perturbação psicológica.
Embora o lúpus possa ser crônico e persistente, manifesta-se, em geral, de forma intermitente. Muitas vezes, desconhece-se o fator desencadeador de um aumento dos sintomas em pessoas com predisposição, embora a luz solar possa ser um desses fatores.
O lúpus pode começar com febre. Esta pode ser alta e de aparecimento súbito. Podem produzir-se também episódios de febre acompanhados por uma sensação de mal estar geral, que aparecem e desaparecem, por vezes durante anos. Cerca de 90 % das pessoas com lúpus sofrem de uma inflamação articular que varia desde dores ligeiras intermitentes a formas intensas de artrite em várias articulações. Os sintomas articulares que se manifestam durante anos podem preceder o aparecimento de outros sintomas. De fato, muitas pessoas que sofrem de lúpus recordam-se de ter tido na infância dores relacionadas com o crescimento. Uma inflamação articular de longa duração pode conduzir a deformações e lesões permanentes da articulação e do tecido circundante, mas o osso não se desgasta como no caso da artrite reumatóide.
As erupções cutâneas são frequentes e aparecem de forma habitual no rosto, no pescoço, no peito e nos cotovelos. A mais característica é uma erupção de cor vermelha, em forma de asas de borboleta, que aparece em cima da cana do nariz e nas maçãs do rosto, podendo também desenvolver-se protuberâncias circulares. É pouco frequente que estas erupções causem bolhas ou fiquem em carne viva.
As úlceras da boca também são frequentes. Podem aparecer zonas pintalgadas de cor vermelho-púrpura no bordo das palmas das mãos e nos dedos assim como inchaço e vermelhidão à volta das unhas. Na fase activa, também e característica a perda de cabelo. Quase metade das pessoas que sofrem de lúpus tem a pele muito sensível à luz, de tal maneira que ela pode queimar-se facilmente ou apresentar uma erupção depois da exposição à luz solar.
Ocasionalmente, pode ocorrer uma inflamação e uma acumulação excessiva de líquido nas membranas que envolvem os pulmões. Essa inflamação (pleurisia) pode fazer com que a respiração profunda seja dolorosa. O líquido pode acumular-se no saco que envolve o coração, originando uma pericardite que pode causar dores torácicas agudas e constantes. As crianças e os adultos jovens que têm lúpus apresentam com frequência um aumento do tamanho dos gânglios linfáticos em todo o corpo. O baço aumenta de tamanho em 10 % das pessoas com esta doença.
Por vezes, esta perturbação afecta o sistema nervoso, causando cefaleias, mudanças de personalidade, convulsões e sintomas semelhantes aos da demência, como dificuldade para pensar com clareza. Com menor frequência verificam-se tromboses cerebrais. A detecção de proteínas ou glóbulos vermelhos na urina num exame de laboratório indica lesão dos rins causada pela glomerulonefrite, uma inflamação dos rins frequente durante esta doença. Em caso de desenvolvimento de uma doença progressiva grave dos rins, a pressão arterial pode aumentar perigosamente, seguida de uma insuficiência renal que poderá ser mortal. A detecção precoce e o tratamento das lesões do rim nas pessoas afetadas pelo lúpus reduzem a incidência de uma doença renal grave.

Esclerodermia


Esclerodermia é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, ligada a fatores autoimunes. Sua principal característica é o endurecimento (esclero) da pele (dermia), que se torna mais espessa, brilhante e escura nas áreas afetadas.

A enfermidade é mais frequente nas mulheres e pode ser classificada em esclerodermia localizada, ou em placas, e esclerodermia sistêmica.

A localizada é mais comum em crianças. As lesões aparecem em pequenas áreas da epiderme e nos tecidos abaixo delas. De acordo com o aspecto, é chamada de morféa (manchas) ou linear (em faixas). Raramente evolui para a esclerose sistêmica.

Na forma sistêmica, a doença agride não só a pele, mas também os pulmões, rins, esôfago, vasos sanguíneos, articulações, estruturas nas quais pode provocar fibrose.
Não se conhece a causa dessa doença considerada reumatológica, que não é contagiosa nem hereditária, apesar de terem sido registrados casos em pessoas da mesma família. Existem hipóteses sem confirmação de que alguns fatores, como temperatura baixa, estresse, exposição a produtos químicos e a toxinas resultantes de infecção por vírus e bactérias possam desencadear o processo.
Sintomas
Geralmente, as primeiras alterações se manifestam pelas alterações de temperatura (fenômeno de Raynaud). As mãos e os pés ficam muito frios, os dedos inchados, pálidos e arroxeados, porque os vasos sanguíneos se contraem. Quando a circulação é restabelecida, eles ficam bem vermelhos antes de voltar à cor normal.
Dor e rigidez nas articulações, aranhas vasculares, feridas nas pontas dos dedos e depósitos de cálcio na pele podem ser outros sintomas iniciais da doença.
Na esclerodermia sistêmica, a formação de tecido fibroso e cicatricial nos vasos, coração, rins, esôfago e pulmões, por exemplo, acarreta perturbações gástricas, respiratórias, cardiovasculares e hipertensão.


TECIDO CARTILAGINOSO


tecido cartilaginoso é uma espécie de tecido conjuntivo que possui consistência rígida. Sua função é a de sustentação dos tecidos moles, revestir superfícies de articulações, minimizando os choques nestas, além de auxiliar no deslizamento dos ossos  das articulações. Na vida intra-uterina e após o nascimento, este tecido é fundamental para a formação e crescimento dos ossos longos.


Este tecido é formado por células, chamadas de condrócitos (que se localizam em lacunas e são responsáveis por secretar colágeno, proteoglicanas e glicoproteínas) e por um abundante material extracelular. A função deste tecido vai depender da composição dele. Pode ser constituída de colágeno, ou colágeno mais elastina, juntamente com macromoléculas de proteoglicanas, ácido hialurônico e variadas glicoproteínas. Este tecido é nutrido pelos capilares do pericôndrio (tecido conjuntivo que envolve o cartilaginoso), já que não possui vascularização, bem como nervos e vasos linfáticos. Já as cartilagens que revestem os ossos das articulações móveis não possuem o pericôndrio, sendo assim recebem nutrientes do líquido sinovial presente nas cavidades articulares. Há casos, onde vasos sangüíneos atravessam a cartilagem para irem nutrir outros tecidos.

De acordo com a necessidade do organismo, ocorre a diferenciação das cartilagens em três tipos:


  • Cartilagem hialina: é a mais comum no organismo e sua matriz possui fibrilas delicadas de colágenos tipo II. É responsável por formar o primeiro esqueleto do embrião, presente entre a diáfise e a epífise de ossos longos, sendo responsável pelo crescimento do osso em extensão. Nos adultos, ela está presente na traquéia, na parede das fossas nasais, brônquios e extremidades das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos.
  • Cartilagem elástica: possui escassas fibrilas de colágeno tipo II e um grande número de fibras elásticas. É encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na trompa de Eustáquio, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe.
  • Cartilagem fibrosa: possui matriz formada por fibras de colágeno tipo II. Este tipo de cartilagem é encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos de inserção de alguns tendões e ligamentos e na sínfese pubiana




Patologias: Artrite


A artrite é uma inflamação articular que gera sintomas como dor, deformidade e dificuldade no movimento, que ainda não tem cura. Em geral seu tratamento é feito com a toma de medicamentos, fisioterapia e exercícios, mas em alguns casos pode-se recorrer à cirurgia.
Ela pode ser causada por um traumatismo, excesso de peso, alimentação, desgaste natural da articulação ou devido a uma alteração no sistema imune de indivíduos pré dispostos a tal, e pode ser classificada como a artrite reumatóide, artrite séptica, artrite psoriática, artrite gotosa (gota) ou artrite reativa, dependendo da sua causa.

Sintomas de artrite

Os sintomas da artrite são:
·         Dor nas articulações afetadas;
·         Inchaço nas articulações afetadas;
·         Vermelhidão na articulação afetada;
·         Leve aumento da temperatura na região afetada;
·         Dificuldade em realizar movimentos com o membro afetado;
·         Deformidade nas articulações afetadas, numa fase mais avançada da doença;
·         Dificuldade em iniciar o movimento com a articulação afetada;
·         Rigidez matinal que pode perdurar de 15 minutos a 2 horas no caso da artrite reumatóide.

Cura da artrite

A cura definitiva da artrite ainda não foi descoberta, mas o indivíduo pode recorrer a diversas formas de tratamentos para a artrite sempre que ela tornar-se dolorosa e comprometer suas atividades diárias.
Para trazer alívio da dor e melhora da capacidade de movimentos recomenda-se uma alimentação cuidada, onde bebe-se bastante água e evita-se o consumo exagerado de alimentos ricos em proteína; a toma de medicamentos antiinflamatórios, imunosupressores, receitados pelo médico reumatologista e a fisioterapia. A cirurgia para a colocação de uma prótese articular pode em muitos casos representar a cura da artrite naquela articulação, como ocorre na artrite séptica, por exemplo.

Causas da artrite

O desgaste natural da articulação é uma das causas mais comuns da artrite, mas esta doença também pode ser causada pelo excesso de peso, superuso, idade, traumatismo direto ou indireto, fator genético e devido a fungos, bactérias ou vírus que através da corrente sanguínea instalam-se na articulação gerando o processo inflamatório, que se não for revertido à tempo, pode levar à completa destruição da articulção e consequente perda da função.

Artrose


A artrose é degeneração da articulação que pode ser causada pelo envelhecimento ou traumatismo e gera sintomas como dor nas juntas e dificuldade em realizar movimentos com a articulação afetada. Apesar de poder afetar qualquer articulação, é mais comum o diagnóstico da:

  • Artrose na coluna: Gera sintomas como dor nas costas que dificultam a vida cotidiana;
  • Artrose no joelho: Gera sintomas como dor nos joelhos e pode haver falta de força nas pernas;
  • Artrose no quadril: Gera sintomas como dor no quadril que é percebida principalmente quando o indivíduo caminha;
  • Artrose no ombro: Gera sintomas como dor no ombro que pode afetar também o pescoço.
  • Dor na articulação afetada;
  • Dificuldade em movimentar esta articulação e
  • A articulação pode estar aparentemente deformada.
  • Desgaste natural das articulações devido ao excesso de uso, envelhecimento ou desgaste causado pela prática de exercícios intensos;
  • Excesso de peso: Aumenta a dor principalmente nas articulações das pernas e da coluna lombar;
  • Uso repetitivo, tanto no trabalho como ao praticar atividade física;
  • Alterações hormonais: Acontece com maior frequência em mulheres após a menopausa;
  • Articulações frouxas: Pessoas muito flexíveis como as atletas de ginástica rítmica, por exemplo;
  • Traumatismo: Fraturas, torções ou pancada direta sobre a articulação.
  • Evitar o excesso de peso;
  • Manter uma boa postura corporal;
  • Não levar muito peso;
  • Evitar exercícios repetitivos;
  • Não realizar qualquer tipo de trabalha que seja necessário usar muita força.

Seja qual for a artrose que o indivíduo possui, seu tratamento deve ser orientado por um médico e um fisioterapeuta.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

TECIDO ÓSSEO



O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular.
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente.Este tecido é um tipo especializado de tecido conjuntivo.
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:

  • Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea.
  • Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.

  • Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship.